Guilherme Henrique Pereira é o novo diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes). Com experiência na gestão pública, já passou por cargos de confiança na administração local e nacional, em instituições como a Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Fapes), a Secretaria de Estado de Economia e Planejamento e a Secretaria Nacional de Ciência Tecnologia e Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia.
Diretor de Crédito e Fomento desde janeiro deste ano, o economista preenche as duas funções e assume o desafio de fornecer soluções financeiras e estratégicas para o desenvolvimento sustentável do Estado.
1- O senhor já é diretor do Bandes e agora tem a missão de presidir a instituição. Quais são os seus projetos para o restante deste ano?
O Governo Estadual lançou o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Espírito Santo (Proedes), que coloca o Bandes como uma das instituições responsáveis para articular junto às entidades representativas do Espírito Santo alcance maior da competitividade. Assim, a tradução dessa contribuição do Bandes pode ser sintetizada em três grandes metas: injetar R$ 2,3 bilhões de recursos financeiros na economia do Estado até 2016, dobrar a Carteira de Crédito do Bandes até 2016 e implantar novos programas e metodologias de trabalho. Esta iniciativa faz parte de outras ações que o banco está fazendo para o incentivo das cadeias produtivas; os próximos que serão lançados envolvem a pecuária leiteira e a produção de café especiais.
2 – Além de disponibilizar recursos sob a forma de financiamentos, qual é o papel do Bandes para cumprir o papel de articulador do Governo junto à iniciativa privada e às entidades não-governamentais?
O Bandes é um importante agente de prospecção de novas oportunidades econômicas para o Estado, seja por meio da concessão de crédito, seja pelo seu papel de agente articulador de interesses governamentais, empresariais, setoriais e regionais. Diferente das instituições financeiras comuns, os bancos de desenvolvimento como o Bandes focam sua atuação na promoção do desenvolvimento, oferecendo crédito para quem quer investir com condições atrativas e sem a necessidade de abrir conta, ter movimentação ou usar outros produtos. Além disso, não é um crédito qualquer, visto que ele visa promover o desenvolvimento, focando em nossas potencialidades e articulando as atividades produtivas que fomentam a geração de emprego e renda nos municípios, com taxas de juros mínimas.
3- Como economista, como o senhor avalia os desafios para o Espírito Santo nos próximos anos?
De fato, além da crise mundial, a redução da arrecadação de tributos e ameaça aos royalties são desafios econômicos e sociais postos ao Espírito Santo no período recente. Diante destas ameaças, houve um esforço por parte do Governo do Espírito Santo para enfrentar esse cenário. O sinal positivo é o de que o Espírito Santo está sendo visto como um espaço muito atraente para localização de novos negócios, com uma carteira de investimentos previstos da ordem de R$ 100 bilhões.
4- Quais são os caminhos que o Estado deve trilhar para aumentar a sua capacidade no âmbito nacional e mundial?
O Proedes aponta as diretrizes gerais da trajetória que deveremos perseguir. A expansão da exploração de petróleo em nosso território abre um grande leque de oportunidades de investimentos e demandará muito desenvolvimento tecnológico e trabalho altamente qualificado. A logística é importante por razões óbvias. E, finalmente, os incentivos ao desenvolvimento que devem sintetizar uma política de efetiva articulação de todos os protagonistas do desenvolvimento capixaba.