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sexta-feira, 19 abril, 2024

MP acusa Lula de comandar esquema de corrupção

“Os dados nos fazem concluir, sem deixar qualquer sombra de dúvidas, que Lula foi o comandante do esquema criminoso descoberto pela Lava Jato”, afirma procurador. 

Promotor da República Deltan Dallagnol, durante coletiva de imprensa, afirma que o ex-presidente Lula é o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado pela Lava Jato”. Segundo Dallagnol, Lula recebeu mais de R$ 3 milhões em benefícios da empreiteira OAS com o esquema de corrupção na Petrobras. E os valores teriam sido pagos na forma de reformas em um apartamento tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. O ex-presidente também é denunciado por lavagem de dinheiro. 

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Deltan, que coordena a força-tarefa da investigação, afirmou que os investigadores chegaram “ao topo da organização criminosa” com a denúncia apresentada nesta quarta-feira (14). Segundo ele, o MP não julga “quem Lula foi”, “sua ideologia” ou “o que ele fez pelos brasileiros”. “O que o MPF faz aqui é imputar a ele a responsabilidade por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em um contexto específico”, afirmou.

O procurador declarou que “os dados nos fazem concluir, sem deixar qualquer sombra de dúvidas, que Lula foi o comandante do esquema criminoso descoberto pela Lava Jato”. Ele atribuiu ainda ao ex-presidente o papel de “o grande general” e “peça central” no esquema de corrupção da Petrobras. O procurador disse ainda que o esquema criminoso tinha de ser comandado por alguém que tivesse poder no governo e no partido. “Lula era o elo comum e necessário entre o esquema partidário e o esquema de governo”. 

Dallagnol ressaltou que a corrupção identificada nas investigações é sistêmica e envolve diversos governos e partidos. “Existe uma propinocracia em curso no Brasil, no qual os poderes Executivo e Legislativo trocam favores, nomeações políticas e cargos, para obter governabilidade corrompida, perpetuação criminosa no poder e enriquecimento ilícito”, declarou. Na avaliação dele, o sistema é bancado por cartéis de empresas que se aproveitam do esquema para garantir a assinatura de contratos milionários com o Poder Público.

O ex-presidente foi denunciado à Justiça Federal – primeira vez no âmbito da Lava Jato – por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, crimes cujas penas, somadas, podem chegar a 32 anos e seis meses de prisão. A denúncia do MPF aponta 14 evidências de que Lula é o chefe do esquema de corrupção. O trabalho da força-tarefa remete a outros escândalos de corrupção, como o do mensalão, esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo, no primeiro mandato de Lula na Presidência da República. “Mesmo depois da saída de José Dirceu (que atuava como ministro-chefe da Casa Civil à época, 2005) e com a troca de tesoureiros no Partido dos Trabalhadores, o esquema prosseguiu através do Petrolão. Isso demonstra que havia um vértice em comum, e esse vértice é o Lula”, afirmou Dallagnol..

Segundo os procuradores, Lula recebeu vantagens indevidas das empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras, como a compra de um apartamento tríplex em Guarujá, no litoral paulista, a reforma e decoração do imóvel, além de contratos milionários para armazenamento de bens pessoais. Essas vantagens, somadas, totalizariam mais de R$ 3,7 milhões.

Além do petista, foram denunciados a a ex-primeira dama Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, os ex-executivos da empreiteira Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira. A denúncia segue agora para a 13ª Vara Federal de Curitiba, para apreciação do juiz Sérgio Moro. Caso seja acatada pelo juiz, Lula, Marisa e os outros denunciados se tornarão réus na operação.

A declaração acirrou as discussões nas redes sociais. Se por um lado, há os eleitores que comemoram, afirmando que “finalmente” se chegou a essa constatação, que acabou a farra do PT, e que o montante deve ser muito maior; por outro as postagens afirmam ser “perseguição política covarde”, uma vez que há outros personagens no comando  político do país que receberam quantias muito maiores. Entre eles, Serra, Aécio, Temer, Cunha (já cassado) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que também não foi poupado. 

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