Olívio Rodrigues Júnior e Luiz Eduardo da Rocha Soares, presos desde março, ficarão livres; apenas Marcelo Odebrecht permanece detido.
O juiz Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou na segunda-feira (19) a libertação do executivo da Odebrecht Luiz Eduardo da Rocha Soares e do operador Olívio Rodrigues Júnior, ambos presos em 22 de março deste ano pela Operação Lava Jato, sob a acusação de lavagem de dinheiro. A medida foi tomada no mesmo dia em que os depoimentos da delação da empreiteira foram entregues ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela Procuradoria-Geral da República. A soltura dos executivos estava prevista no acordo.
Soares, que foi alvo da 26ª fase da Lava Jato, e permaneceu um tempo foragido nos Estados Unidos, atuava no Departamento de Operações Estruturadas da empreiteira, área dedicada ao pagamento de vantagens indevidas a agentes políticos. Já Rodrigues Júnior operava contas da Odebrecht no exterior, de forma a viabilizar o fluxo da propina. Na decisão, Moro argumenta que a prisão dos dois foi necessária para “interromper o ciclo delitivo, bem como para prevenir fuga diante das conexões de ambos com contas secretas no exterior”.
O executivo Luiz Eduardo da Rocha Soares
A ação contra Soares e Olívio foi suspensa após o início de negociações para delação premiada dos dois. Diante disso e do excesso de prazo em que eles estavam na carceragem, a defesa requereu a revogação das prisões e Moro acatou. De acordo com o juiz, o desmantelado do Departamento de Operações Estruturadas e a “louvável” mudança de postura da Odebrecht justificaram a substituição da prisão preventiva pelo compromisso de comparecer aos atos do processo e não mudarem de endereço e nem deixarem o país.
Com a decisão, apenas o herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, continua detido, até o final de 2017.