O ano começou com tudo para o setor imobiliário, mas é preciso cautela
O mercado imobiliário começou 2019 em alta. Novos investimentos, empresários otimistas, diversos lançamentos. Segundo a Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT Brasil), somos parte – me incluo nessa – de 97% de um mercado confiante em um ano de bastante crescimento.
De acordo com o mesmo estudo, 80% dos empresários responderam ter interesse em investir em loteamentos residenciais. O número é superior aos 67% de empresários interessados em residenciais verticais e aos 51% interessados no mercado de segundas residências, como uma casa de praia. Parece que quem também é a bola da vez é o loteamento residencial.
Mas é preciso cautela em meio a este frenesi. De quem investe, de quem vende os terrenos, dos clientes.
É fato que todos vão querer surfar nesta onda. E, nela, virão muitos aventureiros e oportunistas que vão comprar um pedaço de terra, cercar, colocar uma placa com o número para contato e revender. “Pronto, está feito um loteamento”. Não é bem assim.
O mercado de loteamentos, como qualquer outro, é um mercado sério e que deve ser pensado visando um crescimento fluido e planejado. Eles são como uma porta para um desenvolvimento sustentável e organizado das cidades. Antes de começar suas obras e mesmo antes de serem lançados, é preciso um enorme planejamento para eles: precisam passar por diversas etapas e processos documentais para então, assim, serem aprovados pelos órgãos responsáveis.
E é importante que todo esse processo seja seguido à risca nos loteamentos de interesse. Muitos deles têm suas obras iniciadas sem avaliação dos problemas para saúde pública, com sistemas precários de água e esgoto, gerando grande impacto ambiental. Com isso, acabam acarretando custos extras aos municípios.
A empresa precisa seguir à risca o Plano Diretor Municipal de cada cidade e ter responsabilidade social, para assim, oferecer produtos com total segurança e conforto que os moradores irão precisar. Não é de uma hora pra outra. É necessário um passo de cada vez.
A atenção também deve vir do outro lado da corda também: o dos clientes. Na hora de procurar um lote para comprar, devem dar preferência às loteadoras com mais tempo de mercado. São muitas as empresas sérias e que vêm realizando um excelente trabalho, entregando o que prometeram, cumprindo o seu papel social de facilitar o acesso de milhares de pessoas à casa própria.
O frenesi é bom? Sim, nos anima e dá fôlego depois de uma crise econômica como a que passamos. É só ter em mente o planejamento e o desenvolvimento sustentável, que deve vir de todos os lados.
Gustavo Barbeitos Formado em Engenharia Civil pela UFMG e presidente da loteadora Soma Urbanismo. Começou empreendendo em casas populares e, em 2009, fundou a Soma Urbanismo, em São Mateus. Acumula conhecimento e experiência relacionados ao investimento imobiliário no interior.