Em 2017, Estado apostou na modernização de leis e na ampliação de investimentos para apressar a chegada do futuro
Quase uma década atrás, o governo estadual lançou o programa Nossa Bolsa, que oferece vagas gratuitas em faculdades particulares para estudantes que saíram do ensino médio da rede pública. Em novembro de 2017, o programa atingiu um novo patamar e agora abrange também a iniciação científica e o mestrado. Além disso, foram incluídas as graduações à distância.
Outro destaque do ano foram as discussões, em todo o Espírito Santo, acerca da proposta de atualização da Lei de Inovação estadual, colocando-a em sintonia com a legislação federal. As propostas pretendem facilitar a aquisição de produtos destinados à realização de pesquisas científicas e tecnológicas. Outra boa notícia foi o avanço da constituição do Parque Tecnológico de Vitória, em Goiabeiras,
que deve ser inaugurado no fim de 2018.
Nossa Bolsa
Até o momento, o programa beneficia 72 dos 78 municípios capixabas e já formou mais de 6.000 estudantes, além dos 3.000 que ainda cursam a graduação. Em 2017, outros 888 se formam. A parceria abrange 40 instituições e 56 cursos, em diferentes áreas.
A previsão é que até 2018 o Estado invista R$ 23,4 milhões no Nossa Bolsa para ampliar seu alcance, abrangendo pesquisa e extensão, e fomentar o desenvolvimento do ensino superior capixaba. São mais de 1.000 bolsas de graduação presencial e à distância,
com duração de até cinco anos; 100 de iniciação científica, com duração de 12 meses, e 25 bolsas de mestrado, com duração de até 24 meses.
Lei da Inovação
Desde setembro, a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti) promove um ciclo de debates sobre a nova Lei da Inovação Estadual. O objetivo é atualizar a lei capixaba em conformidade com a legislação federal sancionada em janeiro de 2016 – conhecida como o novo Marco Regulatório da Ciência, Tecnologia e Inovação brasileiro – para assim aumentar a produção científica e tecnológica do Estado. O último encontro será em Vitória, no fim de janeiro, e em seguida a proposta da nova lei será apresentada à Assembleia Legislativa, para votação.
“Vamos divulgar a construção do Centro de Inovação no mercado regional e nacional. Queremos que os empresários e investidores conheçam e se interessem pela estrutura”
José Vicente Pimentel, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV)
O principal intuito das mudanças é desburocratizar os processos de licitação, compra e importação de produtos destinados à pesquisa científica e tecnológica a partir da alteração de pontos da Lei de Licitações. Também há previsão da possibilidade de que, mediante remuneração, acadêmicos possam desenvolver pesquisas dentro de empresas, e que laboratórios universitários sejam utilizados pela indústria para o desenvolvimento de novas tecnologias.
Apoio a startups
Outra boa novidade que o ano trouxe foi o lançamento do programa Sinapse da Inovação, com o objetivo estratégico de diversificar a matriz econômica estadual pelo estímulo ao empreendedorismo inovador. A iniciativa, uma parceria da Secti e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) com a Fundação Certi, de Santa Catarina, seleciona boas ideias de cidadãos, estudantes, professores e pesquisadores de todos os níveis do ensino público e privado para transformá-las em negócios de sucesso. Entre as mais de 1.200 ideias submetidas, 40 foram escolhidas para receber orientação especializada e recursos de até R$ 50 mil (totalizando um investimento de R$ 2 milhões).
A Fapes também ofertou 100 bolsas de mestrado e 40 de doutorado pelo Programa de Capacitação de Recursos Humanos na Pós-Graduação (Procap). O investimento é oriundo do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Funcitec).
São R$ 4,2 milhões para bolsas de doutorado e R$ 3,6 milhões em bolsas de mestrado. Pesquisas coordenadas por mestres e doutores puderam concorrer ao Edital Universal com recursos de R$ 2 milhões do Funcitec. Em 2017, foram 76 propostas habilitadas para participar do edital.
Parque tecnológico em 2018
Até o fim do próximo ano, o Parque Tecnológico de Vitória vai ter a sua primeira obra concluída, com o Centro de Inovação já em funcionamento. Essa é a previsão da prefeitura, que autorizou a construção em setembro. Com prazo de 18 meses, o orçamento ficou em R$ 5,4 milhões, com recursos federais.
“Temos prevista toda uma programação para o ano que vem. Vamos divulgar a construção do Centro de Inovação no mercado regional e nacional. Queremos que os empresários e investidores conheçam e se interessem pela estrutura”, afirmou o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), José Vicente Pimentel. Segundo ele, a CDV vai realizar simpósios, workshops e conferências ao longo do ano para apresentar o parque a possíveis parceiros, representantes de outros centros de tecnologia e empresas interessadas. “O objetivo é deixar bem claro para Vitória que o município contará com algo muito importante”, frisou.
Centro de inovação
Pimentel afirma que muitas empresas estão interessadas em fazer parte do novo Centro de Inovação. Mas, por enquanto, ele avalia que o local suporte por volta de 25 empresas de médio porte. E esclarece que o centro não é uma incubadora. “No local, teremos empresas que já não sejam mais startups. O modelo do Centro de Inovação o assemelha mais a uma aceleradora”, disse.
Serão três andares de mais de 700 metros quadrados, sendo que o primeiro deles é um ponto de encontro com salas de aulas e de reuniões, auditórios e escritório de negócios. Os outros andares estão destinados à instalação das empresas.