O número de pessoas mortas por febre amarela no país chegou a 128 até o dia 6 de março. O dado alarmante revela o pior surto da doença nos últimos 30 anos no território nacional, segundo o Ministério da Saúde.
São sete os estados com casos em investigação e/ou confirmados. Minas Mais de 120 mortes por febre amarela no Brasil Gerais, ponto de início das ocorrências, continua respondendo pelo maior número de registros. Foram contabilizadas 1.134 suspeitas. Na sequência, vem o Espírito Santo, com um total de 230 notificações e 20 óbitos desde o começo do ano até o sexto dia de março, data em que a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) atualizou o balanço. São Paulo aparece depois com 28 notificações, e Bahia, com 14. Tocantins apontou 10, e Rio Grande do Norte e Goiás, um cada.
A única forma de bloquear a disseminação é a proteção por meio de vacina. Por isso, a população de vários municípios capixabas localizados na divisa com Minas teve acesso às doses, como medida cautelar. Mas, com o aumento das mortes de macacos em 52 cidades, sendo 21 com amostras confirmadas para febre amarela, os moradores de Cariacica, Guarapari, Serra, Vila Velha e Vitória, na região metropolitana, também passaram a receber a imunização. Nos finais de semana, foram lá realizados mutirões em ginásios, centros esportivos, igrejas, escolas e universidades.
De acordo com a Sesa, 60 municípios do Estado estão na rota da vacinação preventiva desde o início de relatos da doença. Pelo menos 1.027.703 pessoas foram vacinadas, o que representa uma cobertura de 75,64% da população-alvo.
Febre amarela urbana x silvestre
O vírus que causa a febre amarela urbana e silvestre é exatamente o mesmo. Isso significa que os sinais, os sintomas e a evolução da doença são idênticos. A diferença está “apenas” nos mosquitos transmissores e na forma de contágio. A silvestre é passada por mosquitos (Haemagogus e Sabethes) que vivem nas matas e na beira dos rios.
Esses insetos picaram macacos contaminados e depois, pessoas que se aproximaram das áreas de vegetação. Por isso há relato de óbitos dos animais nas regiões acometidas. A febre amarela urbana não existe no Brasil desde 1942 e é transmitida quando um mosquito comum nas cidades, o Aedes aegypti, pica uma pessoa doente e depois, uma outra susceptível, assim como acontece com a dengue, a zika e a chikungunya.
Os sintomas aparecem de forma repentina: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça e muscular, náuseas e vômitos por aproximadamente três dias. A forma mais grave é rara e costuma surgir após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), hemorragias e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.