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quarta-feira, 24 abril, 2024

Inovação: um caminho para o desenvolvimento

Segunda edição do ES Brasil Debate 2016 destaca a importância da inovação para que sejam criadas condições reais de competitividade e sobrevivência no mercado.
Qual a melhor forma de garantir esse diferencial?

* Por Yasmin Vilhena

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A segunda edição do ES Brasil Debate deste ano, que trouxe o tema “Investimento, infraestrutura e conhecimento: os caminhos para inovação”, abordou questões essenciais relacionadas aos desafios do Espírito Santo e do Brasil para melhorar as boas condições já conquistadas e para vencer obstáculos que prejudicam esse avanço.
O evento, realizado no dia 24 de maio, no auditório do Bristol Century Plaza, na Praia de Camburi, em Vitória, contou com a participação do presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), André Gomyde, o mediador da noite; e dos debatedores José Antonio Bof Buffon, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes); Charles Martins, gerente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento para a América do Sul do grupo ArcelorMittal;
e Tadeu Pissinati, assessor para Implantação de Polos de Inovação do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

A abertura da programação ficou a cargo do editor da revista ES Brasil e diretor-executivo da Next Editorial, Mário Fernando Souza. Em seguida, a palavra foi dada ao diretor de Crédito e Fomento do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Everaldo Colodetti, que convidou a plateia a uma reflexão, utilizando as palavras de Albert Einstein. “Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor coisa que pode ocorrer com as pessoas e os países, porque traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias”, destacou.

Colodetti enfatizou ainda que o chamado à mudança sugere uma revisão de atitudes, de posicionamentos e de estratégias para a retomada da produtividade depois da recessão. E fez ainda um alerta sobre capacitação de pessoal. “Um dos desafios que teremos pela frente é a escassez de mão de obra especializada no país. Para garantir a produtividade no pós-crise, empresas deverão lançar mão de políticas e práticas de retenção de talentos e, principalmente, qualificação da sua mão de obra. O perfil profissional ganha um novo valor para os negócios”, afirmou o diretor do Bandes.

Parcerias são fundamentais

Durante o encontro, os especialistas foram unânimes em afirmar que a única forma de estruturar condições ideais de fomento à inovação é a integração entre a academia, as empresas e os governos. A pergunta que abriu o debate foi direcionada a José Antonio Bof Buffon, da Fapes, sobre a forma com que a entidade pode contribuir com o setor produtivo. “O sistema de inovação muitas vezes carece de uma instituição que possa imprimir sinalização, apontar caminhos, oferecer residência profissional e reduzir riscos. Nesse sentido, a Fapes vem se aperfeiçoando, concretizando parcerias dentro do próprio Governo, com os municípios e com as empresas privadas”, observou.

Charles Martins, da ArcelorMittal, falou sobre o impacto da inovação no mercado. “O primeiro item relevante desse processo é a competitividade, pois uma empresa que não investe em inovação está fadada à falência. Outra questão fundamental são as parcerias produtivas, que podem ser feitas com outras empresas, sociedade e instituições acadêmicas, por exemplo. Também é necessário reinventar a relação da empresa com os riscos nesse processo de inovação.”

Ao ser levantada a questão sobre as diretrizes estratégicas nacionais a serem estruturadas a fim de promover o desenvolvimento sustentado, atenuar as desigualdades inter-regionais e elevar a autonomia para o crescimento, Martins mencionou ainda a importância da concretização da segurança jurídica nacional, para atrair investimentos.
Tadeu Pissinati, do Ifes, citou alguns dos mecanismos que podem ser adotados para que um novo negócio ganhe escala no Espírito Santo. “É preciso ter inteligência competitiva e cooperativa, trabalhar de forma estratégica na tomada de decisões, usar a capacidade de computação em nuvem e boas análises de cenários, para que a partir daí possamos criar encaminhamentos. Há outro elemento fundamental e que cabe uma parceria público/privada para solucionar, que é uma infraestrutura capaz de proporcionar um ambiente que favoreça os empreendedores que gerem impacto no desenvolvimento. Tem que ter eficiência, tem que ser produtivo, tem que ser competitivo”, salientou.

O Parque Tecnológico de Vitória, que sairá do papel após quase três décadas, também foi citado na ocasião por André Gomyde, que frisou os avanços pretendidos com a implantação do empreendimento. “O complexo completará o ecossistema de inovação do município e contribuirá para o desenvolvimento econômico da cidade e do Estado, permitindo que as empresas e as pessoas estejam conectadas com um mercado que gira hoje algo em torno de US$ 1,3 trilhão em negócios.”

Inovação: um caminho para o desenvolvimento

Participação do público

Na etapa final, os convidados responderam às perguntas feitas pelo público, composto por alunos dos níveis médio e superior, representantes de diferentes instituições e profissionais que têm feito a diferença no mercado, como o diretor da BluePixel, Rafael Rubim Teixeira; o presidente do Conselho de Política e Inovação da Findes, Franco Machado; o ex-presidente da Fapes Guilherme Pereira; e o gerente da Inova Findes, Iomar Cunha.

Ao serem indagados sobre o peso das inovações disruptivas e a melhor forma para romper um mercado já presente ou para criar um novo, os debatedores destacaram que o maior desafio está em manter a constância do processo de melhoria, pois aumentar a eficiência é elevar a competitividade. Ressaltaram ainda que durante os processos de inovação incremental (evolução de algo já existente) é que surgem as criações que rompem mercados (disruptivas).

Os especialistas ainda foram questionados sobre a real importância da pesquisa nas demandas da sociedade. “Toda pesquisa, todo conhecimento, é engajado”, enfatizou Buffon, antes mesmo de o debate ser finalizado, para destacar que toda inovação surge de questionamentos acerca de processos de melhoria. 

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