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quarta-feira, 24 abril, 2024

Presidente do BNDES destaca o papel da indústria no desenvolvimento

Em palestra na sede da Findes, o economista Paulo Rabello de Castro também revelou as expectativas para a economia do Espírito Santo

 

A indústria será protagonista na retomada do crescimento do país, segundo o planejamento do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). É o que afirma o presidente da instituição Paulo Rabello de Castro. O economista fez uma palestra nessa quinta-feira (22) na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo.

Rabello participou do Conexão Cindes, evento realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES). Durante sua fala, ele apresentou o planejamento estratégico do banco até 2035, em uma proposta de desenvolvimento para o Brasil. “A indústria traz, mais que qualquer outro segmento, a inovação. E o BNDES pretende estar junto daqueles que quiserem empreender nessa área”, destacou.

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Segundo o presidente do Sistema Findes, Léo de Castro, o fortalecimento da indústria capixaba contribui diretamente para o crescimento do Espírito Santo. “Um Estado que tem uma indústria forte gera mais oportunidades. A indústria é um investimento que cria raízes e que desenvolve toda cadeia produtiva. É onde estão os maiores salários e é a responsável por 2/3 dos investimentos em inovação no Brasil”, enumerou.

Com o fortalecimento das indústrias e a estabilização da economia, o presidente do BNDES lançou um desafio para o Estado e para o governador Paulo Hartung, também presente no evento: crescer entre 50% a 100% a mais que o PIB do país.

Confira a entrevista

Qual o papel da indústria na retomada da economia?

Essencial. Tem um papel insubstituível nesse momento de recuperação e de retomada vigorosa na economia brasileira. Porque a indústria traz mais do que qualquer outro segmento a inovação. Hoje em dia, temos a fabricação de produtos até no agronegócio. O conceito de indústria, então, se ampliou e agora pode abranger também serviços. Esperamos que os jovens percebam a importância e o desafio que isso representa. O BNDES vai estar ao lado dos que estejam querendo empreender, principalmente os pequenos e microempresários.

Por que os desembolsos destinados ao Estado tiveram queda em 2017, em relação a 2016?

Houve uma redução no Brasil inteiro, que está sofrendo com a síndrome do baixo investimento. Assim, o país está com a ‘asa’ partida, mas vamos recuperá-la. O BNDES está aqui para dizer que no total de R$ 71 bilhões que o banco desembolsou em 2017, pretendemos chegar, no mínimo, a R$ 80 bilhões, mas sonho com R$ 90 bi. Isso que aconteceu no passado é produto de uma queda no investimento de 30% durante o período dos três anos de grande recessão. Enquanto a produção nacional caiu 8%, o investimento sofreu muito mais. Em compensação, quando a gente resolve que é para frente que vamos caminhar, o investimento também parte na frente. E o BNDES é a ferramenta essencial dessa partida.

Como está contemplada a indústria e o Espírito Santo no planejamento do BNDES?

A visão 2035 do BNDES é fazer o país virar um país medianamente desenvolvido, com a superação da pobreza extrema em 2035. Não é impossível e as taxas de crescimento não são exageradamente elevadas. Alguma coisa acima de 3% ao ano, mas de forma sustentável.

O ES tem um desafio, que lanço agora. Tem que crescer entre 50% e 100% a mais dessa taxa. Enquanto estamos falando de uma taxa média de 3,2% para o país, o Espírito Santo tem que crescer na faixa de 4,5% a 5%. O governador Paulo Hartung tem deixado um legado extraordinário que é fincar as bases financeiras e fiscais necessárias a esse grande salto. Tenho certeza de que o Estado não negará fogo.

Investimentos no ES

O total de desembolsos do BNDES para o setor privado no Espírito Santo cresceu 13,9% em 2017, totalizando R$ 630 milhões. Desse total, a maior alta foi para o setor de infraestrutura, chegando a 93%. O setor industrial teve queda de desembolsos de 18%, o que representou R$ 91 milhões em todo o ano passado.

Porém, no total de desembolsos para o Estado, houve queda em relação a 2016 (R$ 830 milhões).

Dos desembolsos do setor privado no ES em 2017:

Indústria
2016 – R$ 111 milhões
2017 – R$ 91 milhões

Infraestrutura
2016 – R$ 145 milhões
2017 – R$ 280 milhões

Comércio e serviços
2017- R$ 151 milhões

Agropecuária
2017 – R$ 110 milhões

 

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