De acordo com o Sindicato dos Bancários a tendência é fortalecer o movimento no início da próximos semana se os banqueiros não cederem.
Há 14 dias em greve, bancários se articulam desde a última sexta-feira (16) para intensificar o movimento. A decisão, anunciada pelo coordenador geral do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo – Sindibancários-ES, Jonas Freire, foi tomada pela categoria após a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informar que não houve acordo sobre o reajuste reivindicado pelos bancários, na reunião realizada na última quinta-feira (15) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
“A ação será para intensificar a greve. Na quinta-feira passada havia 335 agência paralisadas. na sexta-feira mais quatro aderiram ao movimento, o que já representa 70% das agências registradas no Estado, que reúnem pouco mais de 7.500 trabalhadores bancários”, afirmou Freire. Segundo ele, não há razão para os banqueiros não aceitarem as reivindicações. “A categoria considera muito razoável as reivindicações.
Coordenador geral do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo – Sindibancários-ES, Jonas Freire
Segundo a Contraf, mesmo com lucro de R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre do ano, os bancos insistem no modelo de reajuste abaixo da inflação mais abono. A última proposta dos bancos foi de reajuste de 7% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3,3 mil. O reajuste indicado continua não cobrindo a inflação do período, calculada em 9,62% em agosto (INPC), e representaria perda de 2,39% para cada bancário e bancária.
Na última sexta-feira, a greve dos bancários, que teve início no dia 6 de setembro, fechou mais da metade das agências do país, segundo a Contraf-CUT. De acordo com balanço do comando dos grevistas, 12.608 agências e 49 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas. No Espírito Santo permanecerem fechadas 339 agências, além de três departamento da Caixa e os prédios do Bandes, CDP Banestes e Pio XII (Banco do Brasil). Na Grande Vitória, não abriram ao público 54 agências do Banestes, 42 do Banco do Brasil, 39 agências da Caixa e 3 do BNB. Ente os bancos privados, são 15 do Santander, 15 do Bradesco, 15 do Itaú, 5 do HSBC e uma do Safra. Já no Interior aderiram à greve 55 agências do Banco do Brasil, 43 da caixa 40 do Banestes e mais 12 unidades de bancos privados.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial com reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real – salário mínimo calculado pelo Dieese (R$3.940,24), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança e melhores condições de trabalho. A proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora, assim como a defesa do emprego, também são prioridades para os bancários.
Somente nos primeiros sete meses deste ano houve corte de 7.897 postos de trabalho. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos. E essa situação, segundo a Confederaçao nacional, tem sobrecarregado os trabalhadores bancários. Dados do INSS, entre janeiro e março do ano passado, apontam que 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico, revelando que as doenças do sistema nervoso já ultrapassaram os casos de LER/Dort.
Depois de nova rodada frustrada de negociações, os bancários e bancárias seguem fortalecendo a greve da categoria em luta por melhores condições de trabalho e valorização.
Principais reivindicações dos bancários:
• Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de aumento real. |