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terça-feira, 19 março, 2024

Gestão a vista é ferramenta para potencializar a produtividade

Compartilhar desafios com o viés da transparência motivam equipes

A grande vantagem de um desafio é que ele traz, em seu cerne, a necessidade de rever aprendizados, pesquisar as mudanças e perceber as inovações. Ao ser avaliado e aprovado como docente do curso de Lean Manufacturing de uma importante instituição de ensino do Brasil, e convidado a lecionar sobre “Os princípios e fundamentos da produção enxuta” – modelo que foi implantado na montadora Toyota e espalhou-se com sucesso pelo mundo – deparei-me com os conceitos da gestão a vista e os famosos indicadores chave de desempenho, que são as métricas que você elege como fundamentais para avaliar qualquer processo de gestão, dentre outras diversas siglas como PDCA, Kanban e Takt Time que são muito utilizadas no sistema lean.

Mas, quero me referir a gestão a vista ou painel de bordo como ferramenta democrática para as organizações. Esse modelo, dentro do contexto da ambiência competitiva, é muito importante como incentivadora do desempenho, pela sua característica de compartilhamento de informações. Ao mesmo tempo, ele é um mapa de percurso que gera transparecia nos processos.

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A função primordial é possibilitar que os principais itens de controle estejam visíveis a equipe, através de dados, gráficos e informações gerenciais que permitam a fácil visualização e possam ser entendidos por todos, seja em um painel no chão de fábrica ou no departamento, ou em alguma TV ou na porta do restaurante coletivo. Até mesmo na sala de cafezinho.

Eu defendo muito a gestão a vista, porque ela oferece uma visão real, na medida em que os dados reais e verdadeiros são colocados, proporcionando que todos saibam se vai bem ou mal o desempenho, gerando a chamada cultura de resultados em todos os níveis, do chão de fábrica a alta direção. Todos têm consciência dos próprios objetivos e das metas a serem conquistadas.

Todos têm consciência dos próprios objetivos e das metas a serem conquistadas

Essa cultura de resultados, tão defendida pelos japoneses, é uma prática envolvente em todas as áreas do negócio, desde o mapeamento até a análise das métricas, passando pela melhoria da produtividade e pela a seleção dos melhores projetos para atender aos objetivos do planejamento estratégico.

A prática no mundo empresarial é diferente. Os números são escondidos e poucas pessoas têm acesso, principalmente quando se fala em faturamento e resultado geral do negócio. Não há compartilhamento por questão cultural, na maioria das vezes.

Estou muito otimista que a partir de 2019. O Brasil começa um novo ciclo histórico, com reflexos positivos sobre e economia e, por consequência, atingindo toda a cadeia produtiva, o que é um indicador para que as empresas voltem a investir em processos e pessoas, com ênfase em desenvolver seus times para melhorarmos a nossa produtividade que pouco mudou em 30 anos, de acordo com o estudo da Conference Board (EUA – março/2018). Os dados mostraram que, no ranking de 124 nações, estamos atrás de 76 países e 30% atrás dos Estados Unidos.

Se produtividade é o foco, o dueto pessoas e processos é o curto caminho para conquistarmos avanços, potencializando lucros e competitividade.


Adilson Neves é consultor em Gestão Estratégica, palestrante e professor.

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