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sexta-feira, 29 março, 2024

Gestão eficiente e eficaz exige mudança de postura

Para alcançar a eficiência, é preciso estruturar indicadores de referência que permitam tomar decisões e atingir os objetivos traçados


Temos presenciado situações que nos fazem refletir sobre a urgência em buscar eficiência na execução das ações desenvolvidas, tanto no âmbito público quanto no privado. Tal necessidade decorre de diversas situações: ineficiência do escoamento de produtos, denúncias de superfaturamento e atraso na execução de obras e serviços, inquéritos e ações protagonizadas pelos órgãos de controle contra agentes públicos e privados envolvidos em desvios de recursos, entre outras razões. Destacamos ainda o fechamento de indústrias, por não possuírem condições competitivas que sustentem sua manutenção num mercado mais aberto e globalizado.
Em quadros como esse, a busca pela eficiência é uma necessidade a ser atingida, sob o prisma das implicações sociais, para que os recursos sejam utilizados de forma sustentável, ética e responsável.

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Ser eficiente exige dos gestores mudanças comportamentais. Tanto no setor privado quanto no público, o gestor deverá avaliar a eficiência da execução de sua atividade e definir as ações que devem ser empreendidas para a melhoria contínua. São necessários a definição de objetivos claros, de longo prazo, e o desenvolvimento de indicadores que permitam acompanhar efetivamente a eficiência e a eficácia com que as ações estão sendo feitas. Tais necessidades exigirão habilidade técnica dos gestores para compreensão do que, como e por quem deverá ser feito.

A premissa que definirá o indicador dependerá da percepção do gestor quanto à realidade de sua ação. Deverá comparar e analisar as ações atuais e as anteriormente efetuadas, o que lhe permitirá saber se, por exemplo, uma hora de trabalho produz agora mais ou menos do que antes, ou, ainda, se o tempo e os fatores envolvidos na produção de uma unidade de sua atividade são maiores ou menores do que aqueles que foram dispendidos no passado.

São inúmeras as premissas que podem servir como base para a estruturação de um indicador. Mas é necessário levar em consideração os custos e as despesas indiretos, uma vez que é comum considerar apenas os diretos, o que pode prejudicar a análise. Ao elaborar um indicador para avaliação da gestão pública, por exemplo, deve ser levada em conta a despesa com um aluno da rede pública de ensino, um leito hospitalar, os desembolsos diretos originados das contratações para a execução desses serviços, bem como os indiretos, originados com a folha de pagamento dos servidores, os contratos administrativos e outros.

Acrescente-se a essas colocações que hoje os agentes econômicos exigem e cobram que, mais do que fazer, é necessário fazer bem feito.

Diante desses aspectos, não se pode falar em planejamento de longo prazo se não forem estruturados indicadores que sirvam de referência para a tomada de decisão no curto e no médio prazo quanto à melhor forma para atingir os programas traçados. Caso isso não ocorra, as atividades serão executadas e entregues, mas sem a racionalização das ações e a otimização da utilização dos recursos disponíveis.

A manutenção de uma gestão ineficiente eleva o custo Brasil e, portanto, temos de enfrentar essa situação. Contudo, é necessário ter clareza de que “nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado” (A.Einstein).

Enio Bergoli é Diretor Geral do DER/ES e Coordenador de Política Agrícola da Sociedade Espírito-Santense de Engenheiros Agrônomos (SEEA)

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