Outubro registrou mais inadimplentes na Grande Vitória. Foi o que apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada nesta quinta-feira (27) pela Federação do Comércio do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES). A inadimplência atingiu 21% no mês de outubro, aumento de três pontos percentuais em relação ao mês anterior.

Mesmo com o aumento no endividamento, o percentual de famílias que afirmaram que não terão condições de honrar seus compromissos caiu para 4%, atingindo seu menor percentual, desde que a pesquisa começou a ser apurada em janeiro de 2010. No mesmo período do ano passado, o índice atingiu 12%.

Os dados da PEIC também indicaram que, no mês de maio, 63% das famílias da Grande Vitória estão endividados, número superior aos 61% registrados em setembro. O resultado também foi maior na comparação com o mesmo período de 2010, quando apresentou 55% de endividados.

Endividamento por cartão de crédito em alta

O percentual de famílias que afirmaram possuir dívidas com o cartão de crédito passou de 88% em setembro para 84,2% em outubro. Mais uma vez, vê se a utilização do cartão de crédito em nível alto. A segunda modalidade de dívida que as famílias mais possuem é o carnê, com 21,1%. A parcela de comprometimento da renda das famílias com dívidas passou para 28,5%. Como o ideal é que esse percentual não ultrapasse 30% da renda familiar, pode-se dizer que a renda está num nível razoável de comprometimento.

Segundo os dados da Fecomércio/ES, a manutenção da parcela de comprometimento da renda com dívidas mensais (como cheque pré-datado, cartões de crédito, fiados, carnês de lojas, empréstimos pessoal, compra de imóvel e prestação de carro e seguro) abaixo de 30% ainda representa certa qualidade de endividamento. Além disso, o percentual daqueles que não terão condições de pagar as dívidas caiu ao menor nível desde que a pesquisa passou a ser divulgada.

“O alerta é de que o consumidor observe os juros dos financiamentos e empréstimos, pois muitos têm o hábito de observar apenas se o valor da parcela cabe no bolso naquele momento, não observando nem os juros decorrentes da compra, nem o acúmulo das parcelas de outras compras no mesmo mês. Isso acontece muito no uso do cartão de crédito que é uma forma cara de crédito e onde o acúmulo das parcelas de compras muitas vezes não é levado em conta”, alerta Jose Lino Sepulcri, presidente da Fecomércio.