Adote o Family Office e mantenha a rotina pessoal separada das atividades do negócio da família
É muito comum famílias empresárias misturarem a administração dos seus afazeres pessoais e dos seus ativos com a administração das rotinas da própria empresa familiar. Tarefas como a declaração de Imposto de Renda dos sócios e familiares, a organização de viagens de férias, a contratação de serviços pessoais e até o controle de aplicações financeiras costumam ser atribuídas a colaboradores da empresa.
O family office constitui um importante instrumento de apoio à governança familiar, separando as esferas da família e da empresa e tornando mais profissional a relação entre elas. Conforme definição da SEC (comissão de valores mobiliários americana), trata-se de uma entidade estabelecida por famílias prósperas para administrar sua riqueza, planejar o futuro financeiro da família e prestar serviços diversos aos familiares.
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Existem vários formatos de family offices, abrangendo desde uma pequena estrutura para a simples prestação de serviços de concierge para os familiares, até estruturas mais elaboradas, que envolvam a gestão do patrimônio e a gestão da filantropia da família. Há, ainda, single family offices, estruturas que atendem uma família empresária específica e multi family offices, destinados a atender várias famílias.
No Brasil, muitas famílias empresárias se consideram distantes dessa realidade, por acreditarem que o family office somente se justifica nos casos de fortunas muito grandes. No entanto, é altamente recomendável se pensar na sua implantação, ainda que, inicialmente, seja apenas para separar as atividades pessoais dos familiares das rotinas da empresa, o que já constitui um enorme avanço em termos de governança corporativa e familiar.
Além disso, independentemente do capital financeiro da família ser de R$ 10 milhões ou de mais de R$ 500 milhões, há várias questões que merecem um tratamento mais exclusivo do que o que normalmente é oferecido pelos bancos ou por consultorias financeiras. Essas questões incluem planejamento tributário, gerenciamento de riscos, diversificação, planejamento sucessório e liquidez. Tratar esses temas de forma exclusiva, por profissionais qualificados e numa estrutura sob controle da própria família, sob coordenação e supervisão do Conselho de Família, é altamente salutar para o bem-estar e futuro da família empresária.
Adriano Salvi
Conselheiro de administração certificado pelo IBGC, professor convidado da Fundação
Dom Cabral e sócio da Vix Partners Governança Corporativa
Danielle Quintanilha Merhi
Psicanalista, especialista em empresas familiares, professora convidada da Fundação Dom Cabral e sócia da Vix Partners Governança Corporativa