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quarta-feira, 24 abril, 2024

Rodrigo Chamoun

Rodrigo Chamoun

Assumidamente, Rodrigo Chamoun escolheu a política para sua vida. Nascido em Brasília em 20 de outubro de 1970 e criado em Guarapari, Chamoun ingressou no debate político muito antes do partidário. Na juventude, participava de associações e militava em prol do resgate de Guarapari, então mergulhada nas desastrosas consequências de más administrações. Com a participação política, apareceram oportunidades partidárias. Confira a entrevista que o novo presidente da Assembleia Legislativa concedeu à ES Brasil.

Rodrigo Chamoun filiou-se ao PSB e em 2001, aos 29 anos, elegeu-se vice-prefeito do município. Ao mesmo tempo, foi secretário geral de Governo da Prefeitura e, depois, assessor especial da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e de Turismo (Sedetur). Em 2003, coordenou o Núcleo de Ações Integradas do Governo do Estado e em 2005 assumiu a direção administrativa e financeira da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). Sua primeira eleição para deputado estadual se deu em 2006. Desse ano até 2008, entretanto, foi convidado para ser secretário de Estado de Infraestrutura, Desenvolvimento e Transporte e secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, secretaria criada por ele. Voltou à Assembleia e novamente em 2010 disputou uma vaga de deputado, sendo eleito com mais de 27 mil votos. Em 1º de fevereiro deste ano, Chamoun, aos 40 anos, foi escolhido por unanimidade para a presidência da Assembleia para o próximo biênio. Com voz mansa, mas tão firme quanto seu aperto de mão, o deputado falou à Revista ES Brasil quais são seus planos, sonhos, desafios e metas à frente da Casa de Leis do Estado.

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Sua eleição à presidência da Ales se deu por unanimidade. Como o senhor avalia esse resultado e a que o atribui?
Houve uma disputa prévia e um debate que há tempos não havia, que é o debate partidário. Não lancei candidatura na frente porque não tinha base. Eu sou do PSB, um partido de dois deputados [o outro é Freitas], e compúnhamos um bloco de dez deputados, entre os do PSB, PT e PR. Mas eu já percebia que a maior parte do bloco, ou todo ele, já tinha simpatia por uma candidatura nossa. Então, quando o DEM, com cinco deputados, decidiu que era hora de apoiar a candidatura, esse foi um passo bastante importante e decisivo no que se refere a número e um passo qualitativo também em função da qualidade dos deputados. Começamos a dialogar, até conversarmos com o PMDB, do deputado Sérgio Borges, e houve o entendimento para que tivéssemos a chapa única.

Com relação à unanimidade, um sentimento que tínhamos na Ales é de que não havia ambiente para disputa, porque são 30 deputados acenando positivamente para o Governo. Não tinha ambiente para causar um racha, porque a Ales não estava rachada. Claro que cada deputado tem sua forma diferente de fazer política, e é assim mesmo. São 30 líderes diferentes, mas conseguimos a convergência. O que fez com que chegássemos à unanimidade foi esse sentimento coletivo de que não havia espaço para divergência, mas sim para convergência.

Como pretende agir para manter a independência da Assembléia em relação ao Executivo, principalmente em assuntos considerados polêmicos?
Dialogando, pois ninguém precisa brigar. Nelson Mandela, que foi um revolucionário e um grande presidente, por um momento, na África do Sul, teve a unanimidade necessária para as transformações. Se o Casagrande terá essa unanimidade eu não sei, vai depender do governo dele e de cada deputado. Mas as questões polêmicas serão sempre dialogadas. Essa é uma marca dele, em sua trajetória parlamentar e política, e uma marca da maioria dos deputados, se não de todos.

Sua participação em diversas áreas e escalões do governo o habilitaram a desenvolver uma macrovisão do Estado. Como vê o momento atual por que passa o Espírito Santo?
A economia capixaba na minha visão vive o seu terceiro ciclo. O primeiro foi o do café, até a década de 50. O segundo foi o das grandes indústrias, com a vinda da Aracruz, CST, Vale do Rio Doce, Samarco. Agora, viveremos o ciclo do petróleo e gás. Somado a esse ciclo do petróleo e gás, muitos outros arranjos produtivos estão se consolidando, como o do mármore e granito, a metalmecânica. A agricultura familiar está avançando muito, assim como os polos de fruticultura, o café, a pecuária do leite. O nosso desafio é fazer com que esse desenvolvimento concentrado na Grande Vitória que ocorreu na historia do Espírito Santo venha a atingir as outras regiões do Estado. Tenho a convicção de que o Espírito Santo será, em pouco tempo, o melhor estado para se investir, viver e ser feliz. Temos uma economia robusta, um governo organizado e uma perspectiva de investimentos bastante grande.

Politicamente falando, saímos de um governo exitoso e o Casagrande foi eleito com a segunda maior votação do País. Essa votação é um sinal que a população capixaba deu de que quer um rumo que não pode mudar. Somando a isso a vontade do capixaba, que empurra qualquer governante, e a experiência e êxito político que Casagrande teve no Brasil, não posso prever outra coisa a não ser um grande sucesso nos próximos quatro anos.

Em quais áreas de concentram suas maiores preocupações com o Estado hoje?
A maior preocupação é com o desenvolvimento equilibrado, no que se refere à geografia, com respeito ao meio ambiente e à qualidade de vida. Não adianta desenvolvimento a qualquer custo, levando tristeza e destruição. Desenvolvimento tem que ser aquele que inclui, que dá chance para o analfabeto estudar e disputar uma vaga de emprego, que dá chance para o filho da família humilde estudar numa boa escola pública para ter a carteira assinada. Esse é o desenvolvimento que buscamos e com o que sonhamos. Eu acredito que isso é possível no Espírito Santo. Se eu pudesse sintetizar o que eu sonho para o Estado em uma expressão seria: “Espírito Santo – terra de oportunidades”.

Quais suas maiores expectativas no comando da Ales?
A expectativa principal é de conduzir a Assembleia sempre com diálogo, usando a divergência para construir melhores ideias. Temos um conjunto de deputados experientes nas mais diversas áreas e oriundos das mais diversas regiões. Isso enriquece bastante a nossa convivência nos próximos dois anos.

Qual a marca que pretende deixar de sua gestão?
Marca minha não, mas marca de todos os deputados. Será o avanço institucional da Ales, com a profissionalizada do serviço prestado e a transformação da Assembleia como um lugar de referência sobre os variados temas. O sonho é de que os capixabas olhem para a Casa e se vejam representados, vendo aqui um centro de excelência em debate de políticas públicas. Esse é o nosso papel. A grande contribuição que podemos prestar à população capixaba é a do bom debate.

O que o senhor espera como contribuição efetiva da bancada federal capixaba?
Espero muito, e muito pelo perfil que eles têm. A vice-presidência da Câmara está com a deputada Rose de Freitas, que é municipalista, que cuida dos municípios, que são, na verdade, onde tudo acontece, onde o cidadão mora, onde tem escola. A experiência e a posição dela e também dos outros nove deputados e dos senadores em união com o Governo do Estado e com a Ales certamente produzirão frutos inadiáveis, como a eliminação dos gargalos de infraestrutura, a questão do aeroporto de Vitória, do porto de Vitória, da BR-262, da duplicação da BR-101 e o aprimoramento dessas artérias de tráfego de pessoas e cargas. O Espírito Santo é um centro provedor de logística, e precisamos resolver isso.

Confira a entrevista com Rodrigo Chamoun na íntegra na edição de fevereiro da Revista ES Brasil.


 

 

 

 

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