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quinta-feira, 25 abril, 2024

Copom reduz a taxa Selic para 14% ao ano

Na avaliação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, corte da Selic mostra que inflação caminha para a meta.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de baixar a taxa básica de juros da economia de 14,25% para 14% ao ano, é “positiva” e sinaliza que o país está “no caminho para ter a inflação na meta”, na avaliação do ministro da Fazenda, Henrique Mereilles. “Se o BC concluiu – e eu estive lá oito anos e sei o rigor das análises técnicas feitas por aquela instituição -, significa que há exatamente condições e bases pra isso. Portanto, é positivo. Porque é uma decisão técnica, autônoma do BC e está dando, portanto, condições e dando sinalização de que estamos no caminho para ter a inflação na meta. E essa que é a grande notícia: na questão da inflação”, afirmou o ministro, após reunião no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília.

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“Não há dúvida de que, se o Banco Central decidiu fazer isso, foi depois de uma análise criteriosa muito séria e viu possibilidade de começar o processo de flexibilização da política monetária”, completou o ministro.

O Banco Central toma as decisões sobre a taxa de juros olhando para a frente e tendo como objetivo cumprir as metas de inflação previstas pelo sistema em vigor no país. Para 2016, 2017 e 2018, a meta central é de inflação em 4,5%. Entretanto, o sistema prevê um piso e um teto, que é de inflação em até 6,5%, em 2016, e em até 6% em 2017 e 2018.

Isso significa que se a inflação deste ano, por exemplo, superar o alvo central de 4,5% mas ficar abaixo de 6,5%, o BC terá cumprido a meta. Entretanto, o mercado estima um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, ao redor de 7% para 2016.

A redução da taxa básica de juros anunciada nesta quarta, já era esperada pelo mercado, foi a primeira nos últimos quatro anos. Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Ilan Goldfajn (Presidente), Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Viana de Carvalho, Isaac Sidney Menezes Ferreira, Luiz Edson Feltrim, Otávio Ribeiro Damaso, Reinaldo Le Grazie, Sidnei Corrêa Marques e Tiago Couto Berriel.

Analistas, porém, estavam divididos quanto à intensidade: redução de 0,25 ou de 0,5 ponto percentual. Economistas avaliam que a decisão pode ajudar a economia brasileira, em crise, a se recuperar. De acordo com o Banco Central, a convergência da inflação para a meta central de 4,5%, fixada para 2017 e 2018, é compatível com uma política de corte de juros “moderada e gradual”.

“O Comitê avaliará o ritmo e a magnitude da flexibilização monetária ao longo do tempo, de modo a garantir a convergência da inflação para a meta de 4,5%”, diz a nota.
Ainda de acordo com o BC, o ritmo do processo de redução dos juros nos próximos meses e uma “possível intensificação” dependerão de evolução favorável de fatores que permitam maior confiança no alcance das metas de inflação em 2017 e 2018.

O conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião do Copom sugere atividade econômica um pouco abaixo do esperado no curto prazo, provavelmente em virtude de oscilações que normalmente ocorrem no atual estágio do ciclo econômico. A evidência disponível é compatível com estabilização recente da economia brasileira e possível retomada gradual da atividade econômica. A economia segue operando com alto nível de ociosidade;

No âmbito externo, o cenário ainda apresenta bom intervalo para economias emergentes. No entanto, as incertezas sobre o crescimento da economia global e, especialmente, sobre a normalização das condições monetárias nos EUA persistem. A inflação recente mostrou-se mais favorável que o esperado, em parte em decorrência da reversão da alta de preços de alimentos.

As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus para 2017 recuaram para em torno de 5,0% desde o último Copom e do Relatório de Inflação (RI) do terceiro trimestre, e seguem acima da meta para a inflação, de 4,5%. As expectativas para 2018 e horizontes mais distantes já se encontram em torno desse patamar; e
As projeções do Copom para a inflação de 2016 nos cenários de referência e mercado recuaram desde a divulgação do último RI e encontram-se em torno de 7,0%. No horizonte relevante para a condução da política monetária, o comportamento das projeções em relação ao RI mais recente variou conforme o cenário. No cenário de referência, a projeção para 2017 recuou para aproximadamente 4,3%, enquanto que a projeção para 2018 encontra-se em torno de 3,9%. No cenário de mercado, a projeção para 2017 manteve-se praticamente inalterada em torno de 4,9% e a projeção para 2018 aumentou para aproximadamente 4,7% – ambas acima da meta para a inflação para esses dois anos-calendário, de 4,5%.

O Comitê identifica riscos domésticos para o cenário básico para a inflação: Por um lado, o processo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia é longo e envolve incertezas; o período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta ainda pode reforçar mecanismos inerciais e retardar o processo de desinflação; e há sinais de pausa recente no processo de desinflação dos componentes do IPCA mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, o que pode sinalizar convergência mais lenta da inflação à meta.

Por outro lado, a inflação mostrou-se mais favorável no curto prazo, o que pode sinalizar menor persistência no processo inflacionário; o nível de ociosidade na economia pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom; e os primeiros passos no processo de ajustes necessários na economia foram positivos, o que pode sinalizar aprovação e implementação mais céleres que o antecipado.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros para 14,00% a.a., sem viés. O Comitê entende que a convergência da inflação para a meta para 2017 e 2018 é compatível com uma flexibilização moderada e gradual das condições monetárias. O Comitê avaliará o ritmo e a magnitude da flexibilização monetária ao longo do tempo, de modo a garantir a convergência da inflação para a meta de 4,5%.

A magnitude da flexibilização monetária e uma possível intensificação do seu ritmo dependerão de evolução favorável de fatores que permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos-calendário de 2017 e 2018. O Comitê destaca os seguintes fatores domésticos: (i) que os componentes do IPCA mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica retomem claramente uma trajetória de desinflação em velocidade adequada; e (ii) que o ritmo de aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia contribuam para uma dinâmica inflacionária compatível com a convergência da inflação para a meta. O Comitê avaliará a evolução da combinação desses fatores.

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