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quinta-feira, 25 abril, 2024

Conjecturas enquanto outubro não chega…

A economia brasileira está em compasso de espera aguardando o sinal das urnas no final de outubro

Tem então, um mês e meio para ouvir as retóricas dos candidatos ao pleito dos poderes Legislativo e Executivo e formar sua opinião sobre o que será 2019 e os anos seguintes do mandato da próxima legislatura.

Contudo, como ela sabe que não existe mágica quando se trata do processo de alocação de recursos, posiciona-se cética e criticamente: coloca seus fatores de produção em modo avião (aquele que opera mas não responde).

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Que significa voltar-se para si, para encontrar a boia que lhe permitirá, pelo menos boiar até o cenário se definir, e poder enxergar qual direção tomará.

Esse posicionamento já está claramente descrito nas estatísticas do IBGE (PIB 2º trimestre de 2018, cresceu 1,1% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2017), e no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), que apresentou uma queda de 1,5% relativa ao trimestre encerrado em maio/2018 em relação ao mesmo período de 2017.

Cabe lembrar que todas as regiões do País tiveram queda em seus Índices de Atividade.
As estimativas indicaram que a greve dos caminhoneiros foi o fator preponderante para essa desaceleração; que seu efeito já se dissipou e a atividade econômica vai reagir.
Pode ser – as vendas do varejo ampliado cresceram (mesmo que em taxas baixas e menores do que as do trimestre anterior), e a taxa de desocupação caiu (mesmo que ainda esteja com dois dígitos).

Mas preocupa que a produção industrial tenha caído em todas as regiões do País e, principalmente, que o volume de investimento ainda não tenha reagido – pelo menos não o suficiente para indicar que a retomada do crescimento começou; também que a procura por crédito por parte das empresas (pessoas jurídicas) também tenha caído.

Ano eleitoral, em qualquer parte do mundo democrático, suscita instabilidade devido as incertezas que o envolve. No Brasil não poderia ser diferente.

Mas, o agravante que cerca o momento eleitoral brasileiro são as mudanças estruturais que precisam ser feitas. Ouso chama-las de mudança cultural, haja vista que precisará alterar, inclusive e principalmente, as atitudes de indivíduos e instituições, públicas e privadas.

Nas privadas, precisa abandonar o pacto da socialização das perdas e privatização dos lucros estabelecido desde o Brasil Império, entre o Estado e a Plutocracia.

Esse comportamento viciado, é pernóstico aos avanços da eficiência e da conquista da competitividade. Além disso, aborta o animal spirits que puxa a inovação e o empreendedorismo – componentes imprescindíveis para o avanço da competitividade.

Nas públicas, precisa uma ampla mudança da cultura organizacional, para que seus agentes passem a separar os interesses individuais dos corporativos, e a máquina pública deixe de ser instrumento para distribuir privilégios para os amigos do Poder.

Por enquanto não se enxerga perspectivas de mudanças nessas direções.
As estatísticas econômicas são somente os sinalizadores das reações dos investidores/empreendedores à imprevisibilidade.


Arilda Teixeira é Economista e professora da Fucape


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