Produtos mais baratos reduzem de 5% para 3% a expectativa de crescimento do setor para este ano

A presença das mercadorias chinesas no mercado brasileiro está entre os principais fatores responsáveis pelo processo de “desindustrialização” que a indústria capixaba está sofrendo. Essa realidade está afetando também as indústrias gráficas, que por conta da concorrência com os produtos asiáticos – mais baratos – reduziu sua expectativa de crescimento para 2012, antes cotada para aumentar 5%, e que agora deve girar em torno dos 3%, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Espírito Santo (Siges), João Depizzol.

Após um ano irregular em 2011, produtos como embalagens, livros e cadernos, além de materiais utilizados em eventos políticos, como as eleições municipais, devem aquecer as vendas da indústria gráfica. Para manter o crescimento previsto, o segmento terá de fazer forte concorrência aos produtos chineses, que começam a ganhar espaço no mercado capixaba, antes ocupado apenas por produtos locais.

“Além de fabricar produtos como eletrodomésticos, a China fornece a embalagem final personalizada para cada produto, aumentando a concorrência interna no mercado brasileiro, pois as grandes empresas fornecedoras de embalagens passam a concorrer com as pequenas, ao realizar serviços menores”, explica Depizzol sobre a produção de embalagens, que corresponde à maior fatia dos negócios do setor, seguido de editorial (15%) e promocional (13%).

A preocupação com os produtos gráficos “Made in China” no Brasil pode ser verificada no balanço comercial do setor gráfico em 2011. No ano passado, o Brasil exportou US$ 269,32 milhões em produtos gráficos e importou em torno de US$ 563,53 milhões, ficando com um déficit de US$ 294,21 milhões, segundo levantamento do Departamento Econômico (Decon) da Abigraf Nacional. A geração de empregos também deve ser afetada com o aumento de importações no mercado brasileiro.