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terça-feira, 23 abril, 2024

Cheque de R$ 1 milhão para campanha foi nominal a Temer

Azevedo havia dito que a doação de R$ 1 milhão foi feita ao diretório nacional do PT, como parte de um acerto de propina de 1% dos contratos com o governo federal.

Mais uma polêmica ronda o cenário político de Brasília. Dessa vez, a divulgação do cheque de doação nominal da construtora Andrade Gutierrez no valor de R$ 1 milhão ao então candidato a vice-presidência Michel Temer (PMDB), no dia 10 de julho de 2014, é contraditória à versão do ex-presidente da empreiteira Otávio Azevedo, apresentada em seu depoimento na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE em setembro deste ano.

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O delator afirmou que, em março daquele ano, a empreiteira doou R$ 1 milhão ao diretório nacional do PT e que esse valor teria sido pago como parte de um acerto de propina, que correspondia a % dos contratos da Andrade com o governo federal. Na versão de Otávio, a quantia teria sido repassada do diretório petista para a campanha da chapa Dilma-Temer, no dia 14 de julho. Seguindo a legislação no período, os diretórios eram obrigados a identificar o responsável pelas doações que chegavam à sigla, para depois encaminhar aos candidatos.

Mas o cheque e os registros da prestação de contas mostram que o repasse feito em julho foi, na verdade, para o diretório nacional do PMDB, em nome de Michel Temer, que fez o repasse para a campanha da chapa Dilma-Temer. A defesa de Dilma Rousseff no processo acusou o delator de prestar falso depoimento à Justiça Eleitoral e pediu ao Ministério Público que apure o caso.

Cheque de R$ 1 milhão para campanha foi nominal a Temer

Ao ser indagado em setembro pelo ministro Herman Benjamin sobre as doações feitas pela empresa aos vários candidatos e partidos, Otávio afirmou não haver uma distinção no caixa da companhia sobre os repasses feitos aos vários políticos, mas disse que “certamente” este um milhão doado ao PT em março era decorrente do acerto de propinas da Andrade com o governo federal. Ele reafirmou que parte dos recursos doados ao PMDB vinham de um acerto de propinas da empreiteira com o partido referente às obras da usina de Belo Monte, citada pelos delatores da Andrade e sob investigação da Lava Jato.

Essa divergência levou o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Herman Benjamin, relator do processo que pode levar à cassação da chapa vitoriosa de Dilma Rousseff e Michel Temer nas eleições de 2014, a acolher o pedido dos advogados que representam o PSDB, responsáveis pela ação contra a chapa Dilma/Temer: uma acareação entre Edinho Silva, que atuou como tesoureiro da campanha da petista, e o executivo Otávio Azevedo, marcada para próxima quinta-feira (17), às 18h, no TSE. 

A decisão de Herman foi tomada após a defesa de Dilma apresentar ao TSE uma série de documentos que apontam que Temer foi o beneficiário de uma doação de R$ 1 milhão da Andrade Gutierrez. A defesa de Otávio não quis comentar o assunto e deve encaminhar uma explicação ao TSE sobre o depoimento do delator nos próximos dias.

Em nota, o PMDB reafirma que “sempre arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais em vigência no país. Doações de empresas eram permitidas e perfeitamente de acordo com as normas da Justiça Eleitoral nas eleições citadas. Em todos esses anos, após fiscalização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as contas do PMDB foram aprovadas não sendo encontrados nenhum indício de irregularidade”.   

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