O presidente Donald Trump anunciou as tarifas para aço e alumínio no final de março
O governo brasileiro mantém a expectativa de que os Estados Unidos não prossigam com a aplicação de restrições às importações de aço e alumínio do Brasil. A afirmação foi feita em nota conjunta dos ministros da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, e das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira. O texto foi divulgado nesta quarta-feira (2), em Brasília.
“O governo brasileiro mantém a expectativa de que os EUA não prossigam com a aplicação de restrições, preservando os fluxos atuais do comércio bilateral nos setores de aço e alumínio. Em todo caso, seguirá disposto a adotar, nos âmbitos bilateral e multilateral, todas as ações necessárias para preservar seus direitos e interesses”, diz a nota. As informações são da Agência Brasil.
No último dia 30, a Casa Branca anunciou que eximiu Brasil, Argentina e Austrália das tarifas sobre o aço e o alumínio. Porém, o país impôs cotas para restringir as importações.
Segundo o governo americano, os pactos com esses três países são princípios de acordo. “Em todas estas negociações, o governo se centra em cotas que restrinjam as importações, evitem o transbordamento e protejam a segurança nacional”, ressaltou a Casa Branca. O conteúdo do posicionamento do governo americano foi divulgado pela agência de notícias EFE.
A nota dos ministros esclareceu que “os produtos do Brasil não causam ameaça à segurança nacional” americana. “Ao contrário, as indústrias de ambos os países são integradas e se complementam. Cerca de 80% das exportações brasileiras de aço são de produtos semiacabados, utilizados como insumo pela indústria siderúrgica norte-americana”, acrescenta a nota.
Sobretaxa de importação
O governo americano também decidiu adiar a taxação à União Europeia, ao México e ao Canadá. A decisão foi tomada às vésperas do fim do prazo para negociações, que seria esta terça-feira (1º). O presidente Donald Trump impôs as tarifas de 10% ao alumínio e de 25% ao aço. O anúncio foi realizado no fim de março. Mas eximiu esses países do pagamento da sobretaxa até a meia-noite do dia 1º. O objetivo era dar uma maior margem à negociação de acordos comerciais paralelos.
Na lista inicial de países temporariamente isentos também estava a Coreia do Sul. Washington já alcançou um acordo definitivo para Seul evitar o pagamento das tarifas.
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