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quinta-feira, 28 março, 2024

Bitcoin supera o ouro no Brasil

Nos primeiros seis meses de 2016, o volume de negociação de bitcoins nas bolsas brasileiras ultrapassou o volume de ouro na BM&F.

De janeiro a junho deste ano, mais de R$ 164 milhões foram transacionados nas bolsas da moeda digital, enquanto os lotes de OZ1D e OZ2D (250g e 10g de ouro, respectivamente) registraram cerca de R$ 153 milhões. Apenas no mês de junho, o volume de bitcoins negociados foi duas vezes maior do que o do metal precioso, destaca o artigo de Fernando Urich, mestre em Economia da Escola Austríaca e autor do livro “Bitcoin – a moeda na era digital”.

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Essa marca inédita e histórica comprova o forte crescimento da criptomoeda no Brasil. Segundo o site bitValor.com, o volume até junho supera em 45% o do ano de 2015 inteiro, quando foram registrados R$ 113 milhões de negócios. O volume do primeiro semestre de 2016 quase equivale ao dos últimos três anos somados.

No mundo, o ouro ainda é um ativo com maior volume do que o bitcoin. De acordo com a London Bullion Markets Association, o volume diário mundial do metal está na casa dos US$ 20 bilhões, ao passo que o da criptomoeda situa-se ao redor de US$ 1,5 bilhão.

Ao que tudo indica, o bitcoin está cada vez mais sendo percebido como um novo ativo de proteção, um refúgio seguro para os investidores em tempos de crise. Um concorrente genuíno ao ouro. A grande diferença são os milhares de anos de trackrecord do metal precioso contra apenas sete do bitcoin.

Mas, se formos considerar os avanços obtidos desde quando a rede começou a ser construída por um punhado de programadores voluntários, até alcançar o status de maior projeto de computação distribuída do planeta, com força computacional que supera em mais de 200 vezes a capacidade dos 500 supercomputadores mundiais somados; e ainda ter levado o Massachusetts Institute of Technology (MIT) a formar um departamento de pesquisa dedicado exclusivamente às criptomoedas, reconhecendo a tecnologia inovadora do Bitcoin como um novo e legítimo campo de conhecimento científico, há de se imaginar que não deve tardar essa superação também.

“Hoje, multinacionais como Dell e Microsoft aceitam bitcoins como forma de pagamento. Consultorias como a Deloitte testam a utilização do blockchain — o grande “livro-contábil” do Bitcoin — para processos de auditoria. O governo de Honduras estuda um projeto-piloto para registrar a titularidade de terras no blockchain. Atualmente, a Nasdaq está experimentando a infraestrutura da tecnologia para registro de transações e de propriedade de valores mobiliários. A New York Stock Exchange, por sua vez, investe em uma das maiores processadoras de pagamento de Bitcoin. Já a SWIFT ofereceu, recentemente, uma bolsa de 15 mil euros ao melhor trabalho de pesquisa sobre o impacto e o potencial da tecnologia do blockchain para as transações de ativos. A cada semana, novas empresas buscam explorar as possibilidades do Bitcoin, endossando e legitimando cada vez mais essa grande inovação tecnológica”, aponta Urich.

O especialista aponta que o Bitcoin é uma invenção revolucionária da ciência da computação, porém, na sua essência, nada mais é do que um protocolo, um conjunto de regras pelas quais se comunicam computadores conectados à rede peer-to-peer do sistema. Não há um servidor central monitorando o cumprimento das normas. Primeiro, porque elas incentivam o comportamento honesto; segundo, porque todos são monitorados por todos. A confiança e a segurança são alcançadas de forma descentralizada, graças ao uso engenhoso da criptografia moderna, e sem que seja necessário conhecer a identidade dos participantes. “O feito extraordinário — e sem precedentes na era da computação — é que esse protocolo possibilitou recriar a escassez do mundo físico no mundo digital. Um bitcoin é um bem digital que não pode ser reproduzido ou falsificado; sua titularidade de propriedade está devidamente registrada no blockchain”, detalha em um outro artigo.

A tecnologia inovadora permitiu recriar as características do dinheiro físico no mundo digital. Mas com uma particularidade notável, porque o Bitcoin é simultaneamente uma moeda digital e um sistema de pagamentos. Isso nunca ocorreu na história financeira da humanidade. É certo que não é reconhecido nem emitido por nenhum estado. Moeda estrangeira, por definição, jamais será. Mas tem funcionado como dinheiro para muitas pessoas, algo inexplicável para a maioria dos economistas, cujas teorias não admitem uma moeda produzida livremente pelo mercado.

Tem oferta finita e não é passivo de ninguém, análogo aos metais preciosos. Podemos classificá-lo como uma commodity, mas uma de natureza digital. A primeira commodity digital da história. Um ativo ao portador que pode ser custodiado e transferido sem depender de nenhum intermediário. Um ativo realmente inédito. O Bitcoin é uma evolução da própria internet. É também uma evolução do dinheiro como o conhecemos. E, assim como a internet transformou a troca de informações no mundo todo, o invento de Satoshi Nakamoto tem o potencial de transformar a troca de valor.

Informações:  Instituto Ludwig von Mises – Brasil (“IMB”)

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