Filha de Procópio Ferreira, a artista reconhecida como diva dos musicais brasileiros, foi enredo da Viradouro no Carnaval do Rio em 2003.
Cantora, compositora, atriz, diretora e apresentadora, Bibi Ferreira morreu no início da tarde desta quarta-feira (13), em seu apartamento no Flamengo, Zona Sul do Rio, aos 96 anos. O velório será no Teatro Municipal do Rio e o corpo deve ser cremado.
Segundo Tina Ferreira, filha única de Bibi, a atriz acordou e pediu um copo d’água. A enfermeira que a acompanhava percebeu que o batimento cardíaco estava baixo e, por isso, chamou um médico, segundo G1. A filha acredita que a cantora morreu dormindo.
Filha de Procópio Ferreira, Bibi foi um dos maiores fenômenos artísticos do país. Brilhou por décadas no teatro e nas telas, e também atuou como apresentadora, diretora e compositora.
Bibi Ferreira
Abigail Izquierdo Ferreira nasceu em 1º de julho de 1922. Filha de um dos maiores nomes das artes cênicas do Brasil, o ator Procópio Ferreira (1989-1979), e da bailarina espanhola Aída Izquierdo, Bibi – apelido que ganhou ainda na infância – estreou nos palcos com pouco mais de 20 dias de vida.
Artista multimídia, sua grande paixão era mesmo o teatro, mas gravou discos, dirigiu shows, fez filmes e apresentou programas de TV. Um dos grandes destaques de sua carreira foi a interpretação que fez da cantora francesa Edith Piaf (1915-1963). O musical fez sucesso estrondoso no Brasil e em Portugal. Um trabalho considerado de rara perfeição, mesmo por pessoas que conheceram Piaf e se espantaram com o nível de semelhança.
A interpretação de Piaf lhe rendeu os principais prêmios do teatro nacional: Molière, Mambembe, Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), Governador do Estado e Pirandello. Mas os prêmios ao longo da carreira foram muito mais, uma coleção deles.
Em 2003, foi enredo da escola de samba Viradouro no Carnaval do Rio em 2003. Recentemente, teve a vida e obra contadas no espetáculo “Bibi, uma vida em musical”, sendo interpretada por Amanda Costa. Em março de 2018, já aos 95 anos, Bibi foi assistir a uma apresentação do musical, escrito por Artur Xexéo e Luanna Guimarães, com direção de Tadeu Aguiar, então em cartaz em um teatro no Rio. A diva fez o público se emocionar ao chorar cantando, da plateia e sem microfone, uma música de Edith Piaf.