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sexta-feira, 29 março, 2024

Agência de saúde alerta: balão intragástrico pode matar

Balão intragástrico: apesar de ser mais seguro que outros tratamentos para obesidade, há o risco de que o dispositivo se rompa, obstrua o intestino ou mesmo perfure outros órgãos.

Nos últimos 18 meses, cinco pessoas morreram nos Estados Unidos após utilizarem balão intragástrico como tratamento de obesidade. Fatos que levaram a FDA, agência estadunidense responsável por regulamentar alimentos e medicamentos no país, a fazer um alerta sobre os riscos do tratamento.

Em quatro dos casos, o sistema utilizado era da marca Orbera Intragastric e em um deles, da ReShape Integrated Dual Balloon. A FDA comunicou que três vítimas morreram dias após a colocação do balão. As outras duas mortes – um mês após inserção do balão – estão associadas a potenciais complicações do tratamento, como perfuração no estômago e no esôfago.

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Segundo a agência, apesar do balão intragástrico ser mais seguro do que tratamentos anteriores, existe o risco de que o dispositivo se rompa e migre para o intestino, provocando uma obstrução ou perfure outros órgãos.

Há outros pontos negativos do balão. As reações do organismo ao corpo estranho – cólicas, náuseas, refluxos e vômitos – bastante comuns nas duas primeiras semanas, e a eficácia limitada. Ao contrário da cirurgia, não provoca mudanças fisiológicas e hormonais capazes de controlar as comorbidades, como diabetes.

Balão intragástrico

Criado para auxiliar temporariamente na perda de peso e controle do apetite de pacientes obesos, o balão intragástrico reduz a capacidade do estômago. Assim, provoca a perda de apetite e a saciedade, o que auxilia no emagrecimento.

Agência de saúde alerta: balão intragástrico pode matar

No procedimento, um ou dois balões são inseridos no estômago ainda vazios por meio de endoscopia. O dispositivo então é preenchido com uma mistura de soro fisiológico e azul de metileno, que serve para alertar o rompimento do balão. Caso isso ocorra, a substância azulada tinge a urina.

O prazo de validade é de seis meses e a necessidade do uso deve ser avaliada por um médico. O Conselho Federal de Medicina (CFM) do Brasil indica para pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima de 40. Casos de IMC maior que 35 com comorbidades (doenças agravadas pela obesidade) que tenham sido tratados clinicamente durante dois anos, sem sucesso, também recebem indicação.

Empresas

Em comunicado enviado à rede americana CNN, a empresa disse que já foram auto-relatadas mortes nos Estados Unidos, Reino Unido, México e duas no Brasil. No entanto, alega que nenhum dos casos reportados foi relacionado ao produto e que a taxa de incidência permanece abaixo de 0,01%.

Já a ReShape Medical alertou sobre a importância de comunicar aos médicos diretamente e afirmou que está em contato com a equipe para melhorar o suporte.

Em fevereiro deste ano, a FDA havia recomendado que os profissionais de saúde monitorassem pacientes que utilizam o balão intragástrico a fim de evitar possíveis efeitos colaterais, como pancreatite aguda e inflamações.

Apesar do alerta, a FDA afirma que ainda não há uma comprovação da associação direta entre o uso dos balões intragástrico e as mortes relatadas Segundo a agência, mais detalhes precisam ser apurados. “Até o momento, não conhecemos a causa raiz ou a taxa de incidência de mortes, nem fomos capazes de atribuir definitivamente as mortes aos dispositivos ou os procedimentos de inserção”, escreveu em nota.

Obesidade

O número de obesos mais que dobrou em 73 países desde 1980, provocando um forte aumento das doenças vinculadas ao sobrepeso. Os dados são de um estudo divulgado em junho deste ano na revista médica New England Journal of Medicine

Agência de saúde alerta: balão intragástrico pode matar

Há dois anos, 107,7 milhões de crianças e 603,7 milhões de adultos sofriam de obesidade no mundo, segundo os autores do trabalho apresentado em uma conferência em Estocolmo.

Embora a incidência da obesidade nas crianças seja menor do que nos adultos, seu aumento foi mais rápido neste período de 35 anos, afirmam os autores do relatório.

Um índice de massa corporal elevado (IMC, peso dividido pela altura ao quadrado), superior a 24,5, indica um sobrepeso, e a partir dos 30 se fala em obesidade. Estima-se que quatro milhões de mortes no mundo estejam relacionadas ao sobrepeso em 2015, das quais 40% corresponderiam a pessoas não consideradas obesas.

Mais de dois terços destas mortes tinham um IMC elevado, fator responsável por doenças cardiovasculares, cujo aumento é igualmente notado desde 1990.

Os resultados deste estudo, que abarca 195 países e territórios, mostram “uma crise crescente e preocupante da saúde pública em nível mundial”, assinalam os autores.

As pessoas que não prestam atenção no aumento de peso correm o risco de ter uma doença cardiovascular, diabetes, câncer e outras patologias que podem colocar a sua vida em perigo”, advertiu o médico Christopher Murray. Diretor do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) da Universidade de Washington, em Seattle, ele é um dos coautores do estudo.

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