É impossível pensar em utilizar tecnologia sem que toda a infraestrutura seja instalada
A realidade mostra que serviços essenciais, como transporte, comunicação, entretenimento, alimentação e até relacionamentos, estão migrando para a internet. Admite-se até que o mundo que se conhece hoje logo vai ser descontinuado, assim como aconteceu com a TV analógica.
Isso porque tecnologias como realidade virtual e aumentada, carros autônomos, cirurgias à distância, aplicação de defensivos agrícolas por drones, frotas de caminhões conectados e eletrodomésticos inteligentes estão se disseminando.
O gargalo nesse mundo de possibilidades, entretanto, é a capacidade de entrega com velocidade, em volume de dados e sem instabilidade das redes atuais de internet. Afinal de contas, é inimaginável realizar um procedimento médico à distância ou colocar veículos autônomos nas ruas com o mínimo risco de indisponibilidade da transmissão de dados. Nem é preciso ser especialista para admitir que esses sonhos ainda não podem estar disponíveis.
Se para entrar na chamada sociedade do gigabit, no aspecto da conexão móvel, só será possível com a definição do padrão 5G no Brasil, previsto para testes em 2018 e comercialização em 2020; quando se fala da rede fixa, a expectativa é pela maior disponibilidade da internet por fibra óptica até o modem do usuário.
Essa internet ultrarrápida atualmente só está em 5% das conexões no Brasil, apesar de, segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), até 2016 a infraestrutura desse tipo já tenha coberto 54% do país.
Não é nada animador, portanto, ver recentemente no ranking das Cidades Amigas da Internet, da Teleco, que Vitória caiu 26 posições; Cariacica, 39; Serra, 20; e Vila Velha, 24. Por avaliar questões como restrições, burocracia, prazo e onerosidade para implantação de estações de rádio base e redes, o resultado escancara que este adorável mundo novo ainda é pouco acessível no Estado como um todo.
Agenor Rangel é especialista em tecnologia
