Um terço da produção nacional de aço tem como destino o mercado dos Estados Unidos
Os Estados Unidos decidiram sobretaxar as exportações de aço e alumínio em 25% e 10%, respectivamente. A medida protecionista foi anunciada há poucos dias pelo presidente Donald Trump. Agora, a indústria brasileira pode perder espaço no mercado norte-americano.
Segundo a Agência Brasil, 32% do aço exportado pela indústria brasileira tem como destino os Estados Unidos. O país é o segundo maior exportador para o país. Foram 4,7 milhões de toneladas embarcadas em 2017. O Canadá é o principal exportador, com 5,8 milhões de toneladas no ano passado.
“São dois problemas a partir dessa decisão. O primeiro é perder o principal mercado de exportação [EUA], e o segundo é que aquele aço russo, coreano, japonês, chinês que vai buscar outros mercados, e a indústria local será alvo [de concorrência]”, avalia Alexandre Lyra, presidente do conselho diretor do Instituto Aço Brasil, que reúne as principais empresas do setor.
Além dos dois países, a lista dos maiores exportadores de aço continua com Coreia do Sul (3º), México (4º), Rússia (5º), Turquia (6º), Japão (7º) e Alemanha (8º). A China é a 11ª exportadora para os EUA, mas reponde por 50% da produção mundial. O país asiático tem capacidade instalada de mais de 400 milhões de toneladas. Isso poderia inundar os mercados de todos os países com o produto.
Reações
O governo chinês comentou neste domingo (4) que vai tomar as medidas necessárias se os EUA começarem uma guerra comercial. O comunicado foi feito por Zhang Yesui, porta-voz do plenário da Assembleia Nacional Popular (ANP, legislativo).
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, expressou “profunda preocupação” com as tarifas de importação do aço e alumínio. O diretor da UK Steel, a associação britânica do setor siderúrgico, Richard Warren, advertiu na sexta-feira que a alta das tarifas pode ter “impacto” na economia britânica.