O momento econômico no Brasil é de crescimento e, neste cenário, aumentam os investimentos em ações, inclusive no Espírito Santo. Quem comenta o assunto é Geraldo Carneiro, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças/ES.

ES Brasil: Os Estados Unidos ainda não se recuperaram totalmente da crise, assim como a União Européia. Nesse cenário, é seguro investir na Bolsa?
Geraldo Carneiro: Em longo prazo, a melhor opção de investimentos são ações de empresas que pagam bons dividendos. A economia europeia se encontra em processo de ajuste, principalmente por conta dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), que apresentam problemas de capacidade de pagamento das dívidas públicas. Quanto aos EUA, os números apresentam crescimento do PIB nos últimos trimestres e isso nos dá uma expectativa de que a crise esteja perto de terminar.

ESB: De acordo com a BM&F Bovespa, o índice de investidores pessoa física está cada vez maior. O que está atraindo tantos investidores?
Geraldo Carneiro: Com a diminuição das taxas de juros, as pessoas físicas buscam novos investimentos como forma de rentabilizar suas carteiras. Esse momento se deve ao reflexo do desenvolvimento da economia brasileira, gerando lucros maiores para as empresas que pagam melhores dividendos, acarretando a valorização das ações em Bolsa.

ESB: O número de investidores capixabas também aumentou. A que atribui esse súbito interesse? Acredita que esta tendência vai se consolidar?
Geraldo Carneiro: O Estado do Espírito Santo apresenta uma classe média pujante. Temos uma perspectiva de que esse número continue crescendo no curto, médio e longo prazo. A Bovespa tem como plano atingir 5 milhões de pessoas físicas em 2014, o que vem se consolidando.

ESB: Como o senhor avalia o panorama desses investimentos para os próximos meses? E qual a previsão para as ações de grandes empresas instaladas aqui no Espírito Santo?
Geraldo Carneiro: As expectativas para os próximos meses com o avento da campanha eleitoral são de que o mercado permaneça sem uma tendência pré-definida. A partir do momento que houver uma definição eleitoral as bolsas tendem a sofrer um ajuste. O que vem freando o mercado é a capitalização da Petrobras, que deverá ser a maior da história do mercado de capitais. Estamos falando de 50 bilhões de reais de capitalização, e a Petrobras, sendo uma das principais empresas na composição do Índice Bovespa, influencia o desempenho do mercado. No Espírito Santo a Vale e Fibria estão ligadas diretamente no crescimento da economia chinesa. Na Petrobras, devemos ter um desempenho positivo após o processo de capitalização.

ESB: Recentemente o Banco do Brasil lançou lotes de ações para investimento. Investir em ações estatais está sendo rentável?
Geraldo Carneiro: Em alguns casos investir em ações de estatais está sendo rentável, no caso do Banco do Brasil foi um sucesso. Quem efetuou a reserva na oferta pública de ações obteve rentabilidade superior a 6% no primeiro dia de negociação, porém, as ações da Petrobras, esse ano tiveram uma desvalorização em torno de 27%, logo a Petrobras não foi um bom negócio até o momento.